RESUMO

Por muito tempo pensadores dividiram o ser humano em mente e corpo físico. A mente destinava-se ao papel principal da existência e o físico possuía uma função secundária e de suporte. No entanto, corpo e mente fazem parte e funcionam como um todo, independente e integrado simultaneamente. O corpo é fonte de toda a realização humana. O processo de aprendizagem passa pela relação que o corpo tem de forma direta e indireta com o mundo. A esta relação, dar-se o nome de corporeidade. A corporeidade em pessoas adultas da EJA é o foco desta investigação que intenta compreender como estes corpos se estabelecem em sala de aula e quais as relações existentes com o processo de aprendizagem. Para isso, analisar o papel e a importância do corpo e de suas relações em sala de aula torna-se de fundamental importância. Sendo assim, empreendeu-se uma pesquisa qualitativa, centrada em um estudo de caso com jovens e adultos da Escola Paulo Freire em Fortaleza. Os dados foram coletados a partir de observações, questionários e entrevistas coletivas aplicadas com docentes e estudantes das turmas. Os resultados obtidos apontaram para uma relação direta destes corpos e de suas construções históricas com a forma como frequentam a escola e interagem em sala. Foram observadas diferenças e semelhanças que motivaram o abandono e o retorno para sala de aula, a partir dos contextos que forjaram estes corpos. Constatou-se a necessidade de ampliação do debate sobre a formação docente para a EJA. Assim como uma reflexão metodológica para construção de práticas pedagógicas cotidianas que priorizem os corpos e suas corporeidades no processo de aprendizagem da EJA.

Palavras-chave: corpo; corporeidade; aprendizagem; EJA.

O CORPO NA EJA ENTRE SONHOS, DESEJOS E RESISTÊNCIAS